Publicado em: 01.01.2021
Sem uma gestão financeira, sua startup é um barco à deriva!
Fazer a gestão dos recursos é muito importante para o crescimento sustentável de um negócio. Mas, quando falamos em startups, a aplicação pode ser um pouco diferente.
Bem, parece óbvio que o negócio precisa gerar lucro, mas muitos negócios quebram por que não conseguiram gerar, ao longo do tempo, receitas maiores do que seus custos. Sem capital de giro ou novos investimentos, e sem crédito no mercado ficam praticamente sem saída. E o mais interessante é que muitas vezes isso poderia ser evitado com uma maior atenção às questões financeiras do modelo de negócios, ou seja, as fontes de receita e a estrutura de custos.
Além disso, quando se pensa em criar uma startup, normalmente o empreendedor encontrou alguma necessidade de mercado e pretende atender com a sua solução. Na maioria dos casos, se pensa apenas em validar a ideia, ver se realmente vai ter aplicação no mercado, se vai ser bem aceita, mas o grande erro aqui é não pensar nas finanças.
É aqui, nesse momento que o empreendedor deve pensar muito sobre essa questão, projetar valores, saber quanto vai gastar até que a sua ideia seja validada e a startup esteja rodando.
E para projetar esses valores e criar um fluxo de caixa, deve-se que criar basicamente duas estruturas, Receitas e Despesas. Isso vai ajudar a saber se o dinheiro que tem no caixa da startup é suficiente para cobrir todos os gastos até que o dinheiro entre.
Falando um pouco das estruturas, a mais importante no momento inicial de uma startup é a estrutura de custos.
Os custos são todos os valores que a startup vai gastar para manter o projeto de pé.
Eles são divididos entre custos fixos e variáveis.
Custos fixos – São os custos que não alteram, mesmo que a produção cresça. Exemplos: salários, aluguéis, e instalações físicas de produção.
Custos variáveis – São os custos que variam proporcionalmente com o volume de bens ou serviços produzidos. Ex, matéria prima e impostos.
O planejamento financeiro para uma startup deve se iniciar pelos custos fixos. Durante a validação do produto muita coisa pode acontecer, e é melhor assegurar ter um caixa durante um período para custear os gastos enquanto a receita não chega.
Exemplo de custo fixo e variável:
Uma startup no segmento de biotecnologia produz adesivos biológicos. Para a produção, precisam de um laboratório. O custo de aluguel desse laboratório é um custo fixo, pois não depende da quantidade produzida. Já os insumos utilizados para essa produção, são custos variáveis, pois variam de acordo com a quantidade produzida. Se produz menos, gasta menos, e se produz mais, gasta mais.
Agora falando em Receitas, mesmo que a Startup tenha um longo caminho a percorrer até a entrada de dinheiro, deve realizar as projeções com base nas expectativas do negócio. É comum, principalmente em projetos de biotecnologia, o time to market ser alto.
Um exemplo são receitas com o licenciamento de uma tecnologia. Ou então, a venda de produtos e serviços na área da saúde, como exames. Todos os valores que a startup recebe pela venda dos seus produtos ou serviços, ou pelo licenciamento da tecnologia são receitas.
E pensando que o objetivo da startup é ser escalável, o ideal de um financeiro são custos crescendo de forma linear e receitas crescendo de forma exponencial. Esse é o mundo ideal, porém até chegar nesse momento, são necessários vários gastos.
Mas afinal o que é fluxo de caixa?
É muito simples. É um instrumento financeiro utilizado para controlar e projetar as movimentações financeiras.
Todos esses conceitos e exemplos são necessários para que a startup monte o fluxo de caixa. A projeção do fluxo de caixa é um gráfico simples que mostra quanto a sua startup vai ter no futuro, levando em conta o seu saldo no banco, seus recebimentos e pagamentos futuros.
Uma startup precisa saber exatamente quanto deve e quando, a fim de programar seus pagamentos, reajustar custos e se necessário, renegociar.
Além disso, quando iniciar a operação, deve ter o controle de seus clientes, saber quais são os mais importantes, quanto devem e quando precisam ser cobrados.
Um fluxo de caixa saudável significa ter controle sobre os pagamentos e recebimentos, de forma a tomar as medidas certas para o crescimento da startup.
Vou citar um exemplo de uma startup que passou por problemas financeiros por não ter um fluxo de caixa adequado.
A startup vinha com um faturamento relevante. Pagava as contas em dia e sempre tinha dinheiro sobrando na conta. Em um período do ano a produção caiu, e isso foi sentido muito rápido, começou a faltar dinheiro. Chegou a um ponto de quase fechamento por não terem dinheiro para pagar fornecedores. Depois de estudar a fundo os números da startup, entender a estrutura de custos e receitas do modelo de negócios, percebemos que o empreendedor não havia feito esse planejamento, foi seguindo muito por intuição. Depois disso, ele reajustou preços, renegociou com fornecedores, entendeu de fato qual a melhor estrutura dos custos e receitas do negócio.
Com esse caso real nós podemos fazer uma analogia de dirigir um carro. Você conseguiria dirigir sem volante? Tenho certeza que não. Uma startup sem a correta estrutura de custos e receitas é a mesma coisa, insucesso na certa.
Portanto, quando se está criando uma startup é muito importante pensar nas finanças logo no início, mesmo que pareça algo muito distante. Desenhe o modelo de negócios, veja quais são os custos fixos e variáveis, projete as receitas, faça gráficos. Assim, você tem a visão macro do que vai acontecer. Algumas coisas podem mudar no caminho, você pode pivotar, por isso é muito importante sempre rever essa estrutura, refazer o fluxo de caixa sempre que necessário.
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Por Rafael Henrique
Matéria adaptada do portal: https://contabme.com.br/
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