Publicado em: 10.12.2020
Todo empreendedor digital tem uma meta: desenvolver uma ideia disruptiva e inovadora, apresentá-la ao mercado e escalar o negócio a nível global.
Durante este processo, algumas etapas devem ser cumpridas, e talvez a mais aguardada e temida por todos seja a captação de recursos com investidores.
Custo de Aquisição de Clientes, Lifetime Value, Burn Rate, tudo decorado e pronto pro pitch de apresentação. Escolhe-se o melhor orador da equipe, treina-se à exaustão.
Tudo se desenrola dentro do previsto. E então na primeira pergunta do primeiro investidor surge o imprevisto:
A mentalidade da atual geração de empreendedores é moldada no binômio experimentação e análise de resultado.
O modelo Eric Ries de Startup Enxuta dita o ritmo e é adotado praticamente como um manual da nova economia.
Com muita clareza, Ries consegue ser preciso em um universo impreciso. Dá o norte em um oceano que ninguém nunca navegou. Entre suas premissas, propõe a adoção da chamada “Contabilidade para a Inovação”, que resumidamente seria a adoção de uma série de índices e medições que ajudariam a analisar se uma ideia ou um modelo teria potencial de se tornar efetivo.
Como apaixonado por números e gestão, devorei cada página dos dois livros de Ries e aprendi muito com suas ideias.
Fui atrás de mais sobre o assunto, queria poder ajudar da melhor forma possível meus clientes.
Contudo, como contador que sou, entendo que o uso do termo “Contabilidade” poderia ter sido mais cuidadosamente utilizado, até mesmo substituído por “Gestão para Inovação” ou “Controladoria para Inovação”.
Por que digo isso? Porque quanto mais atuo com startups e auxilio na sua gestão, mais observo a necessidade dessas empresas de ter uma Contabilidade efetiva e eficiente, um contador dando suporte e ajudando nesse difícil caminho.
Porém, a adoção do termo “Contabilidade para inovação” acabou por dar a falsa sensação aos empreendedores de que a chamada Contabilidade Tradicional é dispensável e inútil (justiça seja feita, Eric Ries jamais chegou a esta conclusão, sempre destacou as duas como complementares).
Uma ideia disruptiva é essencial para uma startup, é seu coração, seu objetivo final.
Mas não esqueçamos que uma startup é antes de tudo uma empresa, e que empresas só se sustentam e permanecem vivas com resultados.
O combustível de um negócio é monetário. Por mais inovadora que seja uma ideia, por mais que ela tenha o poder de angariar novos usuários, em algum momento ela precisará monetizar sua operação.
Investidores não são entidades filantrópicas, não são “bondosos”, invariavelmente exigirão retorno. E é aí que entra a Contabilidade como ferramenta de registro e análise.
Pensar em um projeto de forma isolada, analisando apenas a sua viabilidade como produto sem levar em conta todo o processo de geração de receitas e despesas de toda a startup pode gerar falsas conclusões a respeito do futuro do negócio.
E claro, os investidores têm perfeita consciência disso. A famosa bolha das empresas Pontocom nos ensinou muito a este respeito.
Nesse momento voltamos lá no início deste artigo:
A diferença pode parecer sutil, apenas mais alguns índices para acompanhar, mas não é bem assim. Deixamos de falar em um produto e passamos a falar na empresa como um todo.
Receitas, Custos Fixos e Variáveis, Despesas, Grau de Alavancagem Financeira, Participação Societária. De repente um novo universo e tua sua complexidade se abre ao empreendedor, exige-se que ele passe a ser o gestor do seu negócio.
E aí não tem jeito: a Contabilidade é a ciência que dará estas respostas.
Se você ainda não se convenceu de que nenhuma startup pode renunciar a sua contabilidade, de conhecer seus números, então dou mais um motivo para levá-la a sério: Governança Corporativa.
Governança corporativa nada mais é do que um conjunto de processos, condutas, costumes e políticas que tem como principal objetivo garantir que as equipes atuem em conformidade com a legislação e as boas práticas da empresa.
Esqueça as lendas de que empresas cresceram e prosperaram driblando o governo, enganando sócios e investidores.
Em um momento aonde se exigem das empresas que sejam transparentes e que assumam suas responsabilidades perante a sociedade, negligenciar os números do seu negócio pode ser a diferença entre um pomposo aporte de capital de um fundo de investimentos e a realidade de ver seu sonho se desintegrar porque o dinheiro acabou.
Caso tenha alguma dúvida sobre planejamento financeiro para startups, faça uma consulta sem compromisso a FZ|BPO e veja como podemos ser úteis para sua empresa. Estamos nesse momento trabalhando em home office, mas nossos consultores estão atendendo normalmente pelo email bpo@fzbpo.com.br ou via as redes sociais.
Por Nelson Follador
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