Publicado em: 03.02.2020
Para especialistas consultados, comodidade e facilidade dos produtos não compensam a baixa rentabilidade e os altos custos envolvidos.
Todo mês alguns centavos pingam na conta de muitos brasileiros, como um passe de mágica. Antes fosse. Eles podem até não se lembrar, mas autorizaram seu banco a transferir o dinheiro parado em conta para uma tal de aplicação automática, com o intuito de obter algum rendimento. Mas afinal, você sabe qual é a forma de remuneração desse tipo de produto e quanto efetivamente dá para lucrar com ele?
Matéria do InfoMoney mostrou que 991 mil cotistas pagavam caro para que seus bancos investissem seu dinheiro no produto mais simples do mercado financeiro: o fundo DI. A notícia trouxe luz à questão das aplicações automáticas, que destinam o dinheiro de correntistas para muitos desses fundos DI caros e pouco rentáveis, e para Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
Conhecidas como “raspa conta”, as aplicações automáticas têm esse nome por direcionarem o saldo disponível em conta corrente a produtos conservadores de renda fixa, sempre com liquidez diária. A ideia é que o dinheiro parado sempre esteja rendendo, porém, permitindo ao correntista resgatar o recurso a qualquer momento.
O InfoMoney procurou grandes bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Safra e Santander, para entender quais são os produtos de aplicação automática oferecidos por eles, no que investem e quanto rendem.
Dentre seis fundos consultados, o rendimento nos últimos 12 meses oscilava de 9,7% do CDI (caso do “Safra Prático”) a apenas 66% do CDI (no caso do “Caixa FIC Movimentações Automáticas”). Mesmo quando a consulta abrange o período desde a criação de cada produto, o retorno máximo corresponde a 73% do CDI, novamente partindo do produto da Caixa.
“O produto é oferecido com a impressão de que não se perde nada – e realmente não se perde, é melhor do que deixar o dinheiro parado em conta –, mas o investidor deixa de ganhar com outras aplicações que renderiam mais”, observa Márcio Wolter, planejador financeiro certificado CFP.
Alexandre Cabral, professor de finanças do Ibmec, assinala que, como o foco do investidor está no curto prazo e os recursos não saem de sua conta, mas são automaticamente aplicados, quando precisar do dinheiro para movimentações diárias, estará sujeito à maior alíquota de Imposto de Renda (22,5% sobre os rendimentos), além da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para resgates inferiores a 30 dias. Esse segundo custo começa em 96% dos ganhos e só é zerado depois de 30 dias.
Em outras palavras, se você sacar um dinheiro da conta corrente em cinco dias, pagará 22,5% de Imposto de Renda sobre o rendimento, além de 83% de IOF. Na prática, portanto, chegou perto de zerar o ganho.
Para piorar, o custo operacional desses produtos também tende a ser bem salgado, caso da taxa de administração de 3,5% ao ano do fundo Safra Prático FC FI CP Aplicação Automática. “Neste cenário de Selic cada vez menor, qualquer taxa de administração alta corrói de vez a rentabilidade”, ressalta Wolter.
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